No início íamos só pela bagunça... Nossos fanáticos pais nos enchiam de camisa, bandeira, meião, boné e lá íamos nós para a Fonte Nova depois de um belo almoço de domingo. Sempre com meu pai ouvindo a Sociedade 740 AM, informando Pitú. Parávamos o carro ali, na descida para o dique, na antiga Telebahia, depois Telemar enfim... Geralmente em fila dupla, o que só gerava problema caso de derrota do Bahia... Como era difícil disso acontecer, sempre rolava a boa camaradagem após os jogos. Antes de entrar no estádio, ouvia os cambistas trabalhando em alta com suas frases promocionais “Bancada um a mais! Bancada um a mais!”. Ingresso na mão e era hora e entrar no estádio... A sensação de após subir as pequenas escadas e dar de cara com aquele gramado verdinho lá embaixo era única.. Antes de virar para o lado direito, ali na arquibancada especial já que no lado esquerdo ficavam os urubus, pausa para comprar as cervejas de meu pai.. Ele nunca pegava fila! Pois sempre tinha um conhecido do conhecido do conhecido que comprava as cervejas e o refrigerante para a gente. Aí ele sempre voltava com as fichas na mão cantando é tricolor, é tricolor, é tricolor, dizendo que era foda.
Não existia nenhum lugar que me sentisse mais seguro que ali naquela arquibancada especial. Todos eram meus tios. Até os que eu não conhecia, era tio. E aí tome picolé, tome pipoca, tome sorvete, só o rolete de cana que não podia porque não se sabia de onde vinha a água que se usava para lavar a cana. Diz a lenda que os vendedores cuspiam...nunca saberemos. O jogo começava. Meu pai sempre em pé, de um lado para o outro e eu às vezes ao lado, às vezes sentado com os tios e amigos mais abaixo. Lá podia tudo! Time de Puta, Vá tomar do cú, Juiz ladrão... Aquela suingueira das palmas tatá ta ta ta tatá... Eita Bahia retado! Na saída aquele murro do portão... meu pai retava.... Achava o máximo que nos jogos de meio de semana, como era tarde, meus amigos não podiam ir...mas eu sempre estava lá... no dia seguinte no colégio com a camisa do Bahia no ombro resenhando sobre o jogo.
E o tempo foi passando... o picolé foi trocado pelo copão de cerveja e a paixão continuou. Nas adversidades, gritava : “Eu não venho mais nessa porra!!!” e lá estava eu no jogo seguinte.
Não existia nenhum lugar que me sentisse mais seguro que ali naquela arquibancada especial. Todos eram meus tios. Até os que eu não conhecia, era tio. E aí tome picolé, tome pipoca, tome sorvete, só o rolete de cana que não podia porque não se sabia de onde vinha a água que se usava para lavar a cana. Diz a lenda que os vendedores cuspiam...nunca saberemos. O jogo começava. Meu pai sempre em pé, de um lado para o outro e eu às vezes ao lado, às vezes sentado com os tios e amigos mais abaixo. Lá podia tudo! Time de Puta, Vá tomar do cú, Juiz ladrão... Aquela suingueira das palmas tatá ta ta ta tatá... Eita Bahia retado! Na saída aquele murro do portão... meu pai retava.... Achava o máximo que nos jogos de meio de semana, como era tarde, meus amigos não podiam ir...mas eu sempre estava lá... no dia seguinte no colégio com a camisa do Bahia no ombro resenhando sobre o jogo.
E o tempo foi passando... o picolé foi trocado pelo copão de cerveja e a paixão continuou. Nas adversidades, gritava : “Eu não venho mais nessa porra!!!” e lá estava eu no jogo seguinte.
Veio a boa e velha padaria... Aquela mesmo, a padaria do Superman... Com direito ao arrocha tricolor, que tanto nos acompanhou naquela fatídica série C. Bahia e Ananindeua-PA, estavamos lá...Bahia e Crac-GO, estavamos lá... Não existia time que fosse jogar que não íamos...não me perdoou por não ter visto o Bahia e Fast-AM... mas ficou marcado do mesmo jeito. Aquele suado acesso, depois do 0 x 0 com o Vila Nova-GO...e depois a tragédia. Abaixo a foto que representou toda a nossa angústia daquele ano.
É isso mesmo. Foram muitas recordações que levarei para o resto da vida. Que bom que também pude viver esse estádio. Que tinha uma magia diferente, uma mística incrível! Lá o timão já virou timinho, O galo já virou galinha, O Mengão caiu de 4 com direito a Jajá deixar Gamarra e Julio Cesar a ver navios, Lima já chutou bola no dique, Nonato já foi aclamado como matador e cachaceiro ao mesmo tempo, O vice tremia quando subia pelo vestiário, o Gol de Raudinei, as defesas de Rodolfo Rodrigues e Jean, a elegância sutil de Bobô, os gols de Ronaldinho contra a Holanda, lembro de um 5x4 contra o Internacional fantástico, enfim... muitas das coisas que ficarão marcadas. Até o último gol daquele estádio, de Ávine, no Bahia 3 x 0 ABC-RN, ficará marcado.
Na fonte, vibrei, chorei, gritei, pulei, xinguei, aplaudi, vaiei, beijei, abracei, senti, admirei, me revoltei, esculhambei...vivi.
Que venha a nova arena, galera tricolor! E que com ela, dias melhores para o nosso esquadrão.
Saudações Tricolores,
Guilherme